O imperialismo é uma fase histórica especial do capitalismo. Mas que transformações econômicas foram essas que marcaram essa nova fase histórica? Desde um ponto de vista econômico, o imperialismo (ou a época do capital financeiro) é o grau superior do desenvolvimento do capitalismo, precisamente o grau em que a produção é tão grande e gigantesca que a livre concorrência foi substituída pelo monopólio, isto é, a essência econômica do imperialismo.
As expressões atuais dos monopólios são as grandes empresas multinacionais, empresas gigantescas, que foram muito além das fronteiras nacionais, organizando sua produção de fato em uma escala global, monopolizando ramos inteiros da produção. Isso só confirma a tendência descrita por Lenin.
Outro aspecto resgatado por Lenin foi o domínio do capital financeiro, a partir da fusão do capital bancário com o industrial, sobre o modo de produção capitalista. Até os piores adversários de Lenin confirmam o domínio do capital financeiro no mundo atual.
A exportação de capitais, que, segundo Lenin, caracterizava o imperialismo, se agigantou, tanto na forma de capital-dinheiro, vide o crescimento da dívida externa em todo mundo, como na forma de empresas, com a produção mundial.
Além disso, outras formas de exploração entre os países foram desenvolvidas como a Propriedade Intelectual, que passou a ter uma grande importância com o desenvolvimento de novos ramos como a informática e a chamada exportação nos setores de serviços.
Uma época de guerras e revoluções A existência dos monopólios gerou uma nova situação no capitalismo: “Em seu conjunto, o capitalismo cresce com maior rapidez (...), mas esse crescimento não é somente cada vez mais desigual, senão que essa desigualdade se manifesta de um modo particular na decomposição dos países onde o capital ocupa posições firmes”, afirma Lenin.
O imperialismo tende a aumentar as desigualdades entre os países ricos e pobres, que em 1780 era de três a um. Hoje é de setenta a um.
O outro lado da desigualdade é a decomposição e o parasitismo. Sua maior expressão são os Estados Unidos. Com uma dívida nacional de U$ 7 trilhões, que cresce à razão de U$ 1,83 bilhão ao dia, esse país funciona como um parasita, absorvendo, na forma de repatriação dos lucros, pagamento das dívidas externas etc., as riquezas geradas pelos trabalhadores no resto do mundo ou roubando diretamente pela força, como é o caso do Iraque.
Mas a questão central do conceito de imperialismo é a conclusão política que Lenin tirou desse processo das transformações econômicas: o controle do mundo por um punhado de potências tem como conseqüência o aumento das desigualdades mundiais e uma nova época de enfrentamentos e guerras, que expressa a decadência do sistema.
É impossível que as nações semicoloniais possam chegar a avançar em seu desenvolvimento e superar as travas impostas pelo capital financeiro pela via do desenvolvimento capitalista.
A desigualdade é a forma com a qual o sistema funciona e se reproduz. Por isso, o imperialismo é a ante-sala da revolução social do proletariado. E isso foi confirmado em 1917.